terça-feira, 29 de março de 2011

A vida como ela é.

Pensava nos mínimos detalhes, tais como a toalha sobre a grama, os pães de queijo e a garrafa de café. O clima com certeza estaria perfeito: frio com sol.
Sabia de cor as palavras que seriam ditas e as respostas a serem recebidas, sempre pontuadas com sorrisos.
Até os olhares, sincronizados para se encontrar. No relógio, o cronometro marcando aquele momento mais especial, onde entre dança e brincadeiras rolamos ao chão, na posição certa para que nossos lábios se encostem. Todo o cenário desaparece e começa a rodar enquanto estes se movimentam juntos no compasso do coração.

Entornando copos de vodka barata sob a chuva, rindo sem motivo e cambaleando por ai, com a maquiagem borrada e os sapatos sujos de lama. 3, 2, 1, ninguém sabe como foi mas o beijo acontece, as línguas se tocam  com o gosto adocicado do álcool.
Torto, feio e sujo, como deve ser. 

 - porque não existem contos de fadas.

5 comentários:

  1. namora comigo.
    (e sim, não estou perguntando.)

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  2. Romantismo está em processo de enterro.

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  3. Conseguiu me fazer viver pro um momento de devaneio o mesmo gosto do mesmo beijo (só que meu.), Que me dá um pequeno aperto no peito, uma agressão gostosa da realidade nua e crua. É por isso que as pessoas devem escrever, pra tocar (de mais de uma forma) o Outro, o Eu.
    Como pode ter tanto em uma mulher tão jovem.
    Linda poesia.

    Raphael Azul

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